Há dias em que o sol não nos brilha com força suficiente para nos transmitir vontade de sair da cama e olhar o mundo. São nesses dias em que nos sentimos tontos, desnorteados e desorientados. Em que não temos vontade de gritar um 'olá' ao mundo. Sentimos-nos abafados pelos lençóis e tão carregados de cobertores que até o ar nos falta.
Queremos gritar, saltar, correr sem rumo a um destino incerto e as forças insistem em falhar-nos. Hoje sinto-me num dia desses. Perdido no meio do mundo, solto, triste, absorto da realidade que me rodeia. E sou como uma árvore, de pés estacados ao chão, mas que se deixa balançar ao sabor do vento.
O sol desaparece para dar lugar à lua que se apresenta estranha, enorme e mais brilhante do que o costume. Tem os olhos esbugalhados e fixos em mim, como se tivesse palas laterais que a impedissem de desviar o olhar. Devagar fui-me aproximando e fui ganhando a percepção de que os seus olhos continham lágrimas, tais como os meus. Ela sente como eu. Ela chora e está triste quando eu estou, ela sorri quando eu também o faço. E agora sei que ela é a prova viva do meu Estado de Espírito e por mais incrível que pareça, está aos olhos de todos, e só não vê quem não quer ver.
Sem comentários:
Enviar um comentário