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O que vivemos é um tesouro que nunca se apaga da memória, mas é o que não construímos que nos entristece e mata.


Tu Juraste

Agora toda a magia que eu tinha fluiu e desapareceu . Sou obrigado a viver diariamente com os pés bem assentes na terra, coisa que não estava habituado a fazer. E sinto .. Eu sinto, debaixo dos meus pés descalços, a terra molhada pelas lágrimas que broto, sinto as farpas que me lançaste a picarem-me cada vez que avanço em frente. Obrigastes-me a estacar na minha vida. Parei. Deixei de viver a minha vida para viver a que tu querias que eu vivesse, para viver a tua vida ! Arruinaste os meus sonhos e deles fizeste Passado. Estar contigo não é das piores coisas que existe, não é. Mas a partir do momento em que te tornas possessiva, obcecada, vidrada em mim, em tudo o que faço, em cada passo que dou, tudo começa a tornar-se insuportável. Tu tentas mudar e eu tento aceitar, mas tudo demora o seu tempo. Peço desculpa se não sou tão rápido o quão to querias que fosse, mas não queiras tudo de uma vez. Estás mais habituada a pedir do que eu a dar.
Eu lembro-me, quando no inicio de tudo fazia planos, quando sonhava com as coisas que queria e podia viver, mas parece que agora tudo se desvaneceu. A perseguição matou os sonhos e a obsessão o amor.
O meu coração começou a murchar como uma flor que já não é regada, e temo que um dia acabe por secar definitivamente.
Esta história é como a de muitas pessoas, é como a de alguém que não conheço em particular, mas que melhor do que eu, tu podes falar ...

Juraste mudar.
Juraste não repetir os mesmo erros.
Juraste que tudo seria diferente.
Juraste dar-me tudo, mas deste-me demais.

As lágrimas que hoje deitas já em mim não vivem. Foram obrigadas a sair mais depressa do que sempre imaginei. E secretamente choro e chorarei ...

Fizeste-me perder toda a minha magia de sonhar ! Desculpa.

Lágrimas de Sangue


Preciso de pensar bem no que quero para não estar constantemente a cair nos mesmo buracos, a partir os mesmos corações, a arrepender-me sempre dos mesmos feitos. Mas nem sempre chego a uma conclusão. Talvez erre aí, mas deixo passar isso tal como muitas outras coisas que finjo não ver para que algo resulte. Vale a pena dizer que é sempre mais uma oportunidade ? Não vale ! Os erros são sempre os mesmos, os pedidos de desculpa repetem-se e neste momento já se tornaram incontáveis e insuportáveis. E de que serve tudo isso ? O meu coração continua a chorar as lágrimas de sangue do costume, as mesmas de há já muito tempo. E porquê ? Porque sou tolerante demais e acabo sempre por deixar que ele pense mais alto do que a cabeça. Mas eu sei, eu tenho a perfeita noção de que isto não será para sempre. As lágrimas, mais tarde ou mais cedo vão secar, o coração vai sarar e deixar de verter o sangue que até agora se tinha mantido constante.

E o sentimento ? Esse, vai secar junto com as lágrimas.

Luta e lutarei também


Se queres voar, voa, mas levas a minha felicidade contigo. Se queres fugir, foge, mas o meu olhar prender-se-à no horizonte em que te perder de vista. Esperarei o teu regresso. Ficarei paralisado, imóvel com o olhar fixo e a mente congelada no pensamento que te pertence. Há muito que já voaste das minhas mãos e só agora eu me apercebi que realmente te perdi. É triste quando vemos que nem sempre o nosso remar contra a maré é o suficiente. Sem eu querer, afastavam-me de ti. Deixava os meus sonhos fluir para um mundo que desconhecia. Sempre esperei que por lá os encontrasses e mos devolvesses junto contigo. Que mos trouxesses tal e qual como quando te, e os deixei ir. Tu sempre soubeste tomar muito bem conta de mim e de tudo o que me pertence. Sempre acarinhaste todos os meus feitos como se de teus se tratassem. Sempre lutaste da mesma frente que eu, a meu lado, como se fossemos uma equipa. E mesmo que não vencêssemos, erguíamos as mãos à vitória e embora soubéssemos que o prémio não nos pertencia, sentíamos-nos felizes e realizados por termos lutado juntos até ao fim. A verdade é que considerava esta amizade como um amor que sempre pensei ser infinito. Eras a minha caixinha dos segredos. Sabias de tudo. E foi exactamente esse tudo que no meio de tanta distância se perdeu. A vitória de união que tempos antes tínhamos festejado, havia desaparecido. Nada restava de ti à minha volta. Aquele escudo que quando era mais novo me rodeava, me fortificava e me tornou no homem que hoje sou, tinha sido quebrado pela arma mais mortífera: a distância. Aquela distância que unida ao tempo provoca feridas na pele, dor no coração, ausência na totalidade do meu corpo. Eu gritava o teu nome no meu interior, sofria por te ter perdido, chorava noites infinitas por saber que não te tinha ao meu lado, mas o orgulho frio era a única coisa que sabia transmitir. Errei. Sim, eu sei que o fiz. Sou humano, feito de carne e osso, recheado de sentimento e também posso errar. É um dos poucos direitos que ainda nos resta. Lamentar não é solução, mas é um principio. Hoje, senti-me na obrigação de te pedir Desculpa por tudo isto que tanta dor nos causou. Luta e lutarei também por uma uma amizade que sinto ainda não estar terminada. Ainda não te disse tudo, ainda não sabes de tudo ...

Quando morreres, eu morrerei contigo.

Despir a pele de vitima



Vendo bem não sei quem te tapa o sol
Melodramas inventas tu em prol
Dessa tua atitude, forçada e tão rude de que todos te devem e ninguém te paga
Pode ser afinal o momento ideal pra pôr fim a essa saga
Olha à tua volta, lê as gordas dos jornais
Já deste conta que as tuas malditas crises existenciais
Comparadas com dramas, pobreza, doenças, países em guerra são problemas de merda,
E olha pelo que sei, a vida não tem replay
Abre os olhos, agradece a sorte, vem dançar
Abre os olhos, agradece a sorte de cá estar
Olha à tua volta, lê as gordas dos jornais
Já deste conta que as tuas malditas crises existenciais
Comparadas com dramas, pobreza, doenças, países em guerra são problemas de merda,
E olha pelo que sei, a vida não tem replay
Abre os olhos, agradece a sorte, vem dançar
Abre os olhos, agradece a sorte de cá estar

"Amo-te"



O que tanto significado tinha, aquela palavra que a tantos marcava e tantos olhos fazia brilhar, foi deitada por terra. É calcada e maltratada. Passa de boca em boca e perdeu o grandioso valor que a seu poder tinha e que carregava sempre que era pronunciada num acto puro e verdadeiro. Vestiu uma máscara de falsidade e ilusão, perdeu as cores e tudo o que a vida lhe dava. Passou a ser uma banalidade aos olhos de todos e de cada um. Pronunciada por gentes, sem coração e despromovidos de todos os sentimentos existentes, o significado que ela transmite já pouco me diz. Foi destruido, banalizado e esquecido. Aquela máscara, acabou com a excelente reputação que até então trazia consigo.

A palavra Amo-te deixou de me fazer vibrar, deixou de me fazer rir, chorar, deixou de me fazer feliz. A palavra Amo-te passou a ter significado, apenas por quem a pronuncia com Sentimento!

Realidade


Sempre me disseram que quanto mais alto se voa, maior é a queda. Sempre pensei que isso não me afectaria de uma maneira directa, pois costumo fazer os possíveis para ter os pés bem assentes na terra, mas hoje deu-se o contrário. Verifiquei que não sou imune a todas as balas que contra mim atiram. Hoje fui baleado e magoado por quem eu menos esperava. Fui desventrado e desalmado. Roubaram-me os sentimentos, o coração, o que me fazia viver. Tiraram-me o que considerava ser o melhor de mim. E eu a ver, consciente, mas sem reacção. Parecia que, por momentos, tivesse adormecido e tudo aquilo não passasse de um grande pesadelo que em breve se afastaria da minha mente. Mas não! A realidade é das piores armas, e desta vez, conseguiu magoar-me e atingir-me da forma mais cruel. Atingiu-me num dos meus pontos mais fracos. Derrubou-me e nem pediu desculpa.

A realidade é imperdoável!

Há coisas que nunca acabam !


Tenho saudades tuas! Tenho saudades do meu João, daquilo que eras comigo, daquilo que podia ser contigo!
Tu eras uma certeza para mim, cheguei a achar que eras mesmo a única certeza que tinha. Era tudo tão verdadeiro connosco, era tudo tão nosso ... Podíamos ser o que quiséssemos um com o outro pois sabíamos que entre nós, no nosso pequeno mundinho, os defeitos, as virtudes, as personalidades eram sempre aceites, e isso era o melhor que tínhamos.
Eras o meu melhor amigo João, a pessoa que melhor me conhecia, a pessoa que, quando eu chorava, se calava só para eu deitar tudo cá para fora, sem medos, sem receios, sem fragilidades. Sentia-me segura contigo! Acreditava mesmo que nunca me ias abandonar! Eras o meu ponto de abrigo, eras quem me fazia levantar a cabeça e olhar em frente, eras quem me incentivava a nunca desistir!
Adivinha ... Perdi-te! Eu perdi-te João! Tu foste embora! Seguiste uma vida, um caminho, onde não havia lugar para mim. Tornaste-te em algo que não conheço. Nós desaparecemos! Por muito que me custe, e acredita que isto me mata, mas ... Nós desaparecemos! Simplesmente deixamos de existir.
No principio, tentei ignorar. Eu sabia que estávamos a desabar, a ir em direcção a um caminho sem volta a dar, mas não o queria admitir. Sim, foi burrice minha e arrependo-me de, naquela altura, não ter falado contigo sobre isso. Talvez, se o tivesse feito, algo de nós se poderia ter salvado ... Mas, era tão impossível para mim imaginar não te ter, era insuportável, era uma dor inimaginável!
Tentei resgatar o que ainda era possível. Naqueles meses, fiz por ti, fiz pela nossa amizade, algo que nunca tinha feito. Lutei sozinha! Tu afastavas-me, cada dia mais e mais, e eu corria outra vez para ti, tentava mostraste que nunca me irias perder, que nunca te iria abandonar! Em vão ... Por mais que eu fizesse, tu já tinhas partido. Eu podia ainda não ter desistido, mas tu ... Tu já me tinhas deixado à muito tempo!
Sabes, houve dias que chorei secretamente. Nunca ninguém soube, mas eu sentia-me morta por dentro! Senti que tinha perdido o que de mais precioso tinha! Fiquei sem rumo, fiquei sem vontade ... Doeu tanto João! Nunca me tinha sentido tão mal, nunca me tinham magoado tanto!
Mas, se aprendi alguma coisa contigo, foi em fortalecer-me com o que de mau me acontece. Então, levantei-me, concentrei-me nas coisas positivas da minha vida e segui em frente. Apoiei-me em outras pessoas e guardei de ti o que de muito bom me tinhas dado.
Hoje sei que a nossa amizade não foi simplesmente mais uma. Foi importante, foi única e, tenho a certeza, que nunca terei outra igual. Cresci muito contigo João! Serás sempre o meu Johnny Macarroni, aquele miúdo que conhecia à muito tempo atrás. E, prometo-te, juro-te com toda a sinceridade, que nunca, nunca, nunca te esquecerei!

Obrigada por tudo (:
Eduarda Ribeiro.

P.S. Bom 2010! E, acredita, que a tua felicidade vai ser um dos meus desejos para o novo ano.

Passado


Li e reli todas aquelas cartas escritas há imenso tempo atrás, todos aqueles textos que eram sentidamente escritos e intensamente vividos. A saudade aperta-me o coração e faz por mim as lágrimas correrem, lágrimas essas que não desejei, mas que foram impossíveis de evitar. Elas correm e trazem tristezas e alegrias, trazem amor e perda, trazem sentimentos fortes entretanto desvanecidos.
Sempre lutei por algo maior e aquela sensação de me sentir protegido por alguém era tão grande e poderosa que a lembrança de todos os momentos, me dá vontade de os querer viver de novo, de querer agarrar uma oportunidade que deixei escapar entre mãos, como areia entre os dedos. Considero que o todo não será culpa minha, mas eu errei em baixar os braços à primeira dificuldade, e agora carrego com esse peso na consciência. Infelizmente tudo não passa de um passado antigo em que apenas a saudade resta. Não posso modificar o destino que para mim está traçado, é algo que simplesmente me está concebido e no qual não me posso intrometer. Tenho esperança que nesse caminho que me compete percorrer, não hajam buracos que me façam cair, pois já começo a não ter força para me erguer. Sei que tenho os melhores pilares a segurar o meu tecto, mas até eles podem ceder e fazer com que o mundo desabe sobre a minha cabeça. Com isto, apenas me resta a esperança de um futuro melhor, com mais alegrias do que tristezas e com mais vitórias do que derrotas.

Ai se o arrependimento matasse (...)
Ano Novo, Página em branco, Vida Nova !