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O que vivemos é um tesouro que nunca se apaga da memória, mas é o que não construímos que nos entristece e mata.


Às vezes, vale a pena


Porque um olhar marca por muito, e um sorriso por ainda mais. Porque o brilhar dos teus olhos, quando dirigido a mim, já diz mais do que tudo. Eu capto a essência que transmites, recolho a tua saliva, analiso o teu corpo. Levo-te ao extremo e testo-te. Nem sempre correspondes, mas luto para que na maior partes das vezes o consigas fazer. Ás vezes dás menos de ti do que o que eu realmente espero, ou talvez sou eu que me entrego demais, não sei. Neste momento, tenho a percepção, de que realmente, tenta,r às vezes, vale a pena.

Passo a passo deixo de ser um soldado raso (...)

O fechar definitivo de uma carta


Já a tinha lido vezes sem conta. Conhecia como ninguém a tua letra, cada traço, cada curva, cada linha tremida pelo medo. Sempre tiveste um enorme receio de não ser correspondida, e por isso te escondes por detrás das fantásticas palavras que escreves, mas que ficam guardadas para a eternidade, no meio de uma imensidade de pó, na segunda gaveta da tua secretária. Já lá guardaste tantas, tantas e tantas cartas. Cartas escritas com tanto sentimento, com tanta perfeição, com tanto entusiasmo, mas (...) com tanto medo! Não te podes ficar sempre pelo meio, tens de lutar contra os teus medos, contra o que se opõe a ti e levar as acções até ao fim.
Depois de tanto tempo a reler as palavras que me escrevias, depois de tanto tempo a chorar sobre as folhas carregadas de palavras que me enviavas eu decidi que ia acabar com aquela forma de viver, com aquele tormento. Acabava por não ser saudável para mim, viver um passado no presente. Transformei o que até agora tinha sido passado em algo ainda mais antigo e daí não mais sairia. Decidi que ia começar uma nova vida, não rodeado de cartas, palavras e recordações, mas um vida em que tenho um objectivo real, em que sei o que quero, e em que luto até ao fim. Chega de viver rodeado de tristeza e saudade, chega de viver perdido nas lembranças, chega de passar de novo o que anteriormente já tinha passado. Eu não quero isto para mim. Eu quero ser mais do que sempre fui, quero tornar-me em alguém ainda maior, mais poderoso, leal e, sobretudo, quero tornar-me em alguém feliz. Não vou permitir que o passado me continue a afrontar da mesma maneira. Desta vez, eu vou vence-lo!

Fechei a carta para todo o sempre (...)



Os deuses os dados podem lançar (...)

Fazes-me Falta


Eu deito-me e um turbilhão de ideias se abate sobre mim. Perco a noção do correcto, perco por completo a noção das coisas. As minhas indecisões ainda se acentuam mais e a minha cabeça torna-se numa confusão inexplicável. Eu não sei o que fazer, estou perdido e inconsciente (...) Deixo o meu pensamento voar e entrego-me à leveza nocturna que aos poucos e poucos me invade e se apodera de mim. Liberto-me dos maus pensamentos e relaxo. Preparo-me para um novo dia, que dentro de poucas horas nascerá e que, sem ti, será extremamente difícil de passar, como todos os outros.

Fazes-me tanta falta*

(...)








Quem espera sempre alcança. Já está para muito breve, te garanto !
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."

Saudade


A saudade não constrói. Não é possível avançar enquanto se olha para trás.
Faíza Hayat

Rua da Saudade


Sinto o coração vazio, parece que o romperam e sugaram todo o amor que ainda tinha para dar. Rasgaram-no com palavras forçadas, palavras cruas e pesadas. Não tiveram em atenção o limite dos seus actos e destruíram-me.
Deixaram-me perdido numa rua, sem saber que direcção tomar. Esquerda ou direita ? Avanço ou recuo? Preciso de um sinal, preciso de uma luz. Ajuda-me, eu sei que tu sabes de que forma o hás-de fazer, até melhor do que eu talvez ...
A única certeza de que tenho é que te amo e que me fazes mais falta do que tudo.

A saudade mata (...)

Caí na ultima barreira


Eu perdi o sonho que ainda julguei ter. Tiraram-me o chão debaixo dos pés e deixaram-me cair. Fiquei sem o sol e a lua que me iluminavam. A força desmedida que sempre tive havia desaparecido sem dar justificação. Desisti de uma batalha, mas não deixei que me vencessem. Ficamos-nos pelo meio para não mais sofrermos. Choro e imploro pela segurança que perdi. Já sofri mais do que queria. Sonhei alto demais e agora que caí na realidade não consigo perceber como fui capaz.
Já viste? Já tiveste tempo e oportunidade para reparar como tudo acabou? E porquê? Penso que seja para não te magoar mais, talvez porque tu não o mereças, talvez porque já sofremos os dois demais. Porque não fomos fortes o suficiente para ultrapassar as barreiras.
Deitaste toda a confiança que sempre depositei em ti por terra. Não quiseste acreditar nas palavras que sempre te disse e preferiste seguir outros caminhos, mas eu tinha-te avisado que nesses caminhos eu não seguiria contigo. Tomaste a tua decisão e o laço que havia há nossa volta rompeu-se de tão desgastado que estava.
Penso agora se merecias todas as lágrimas que por ti derramei, se merecias todo o esforço que por ti e por nós fiz. Nesta ultima barreira eu empenhei-me ao máximo para a saltar-mos juntos e tu pregaste-me uma rasteira, fizeste-me cair e saltaste-a sozinha. Se era isso que querias, então parabéns porque o conseguiste. Agora não venhas chorar, não me venhas implorar, porque quem me fez cair foste tu.

Fiquei para trás .

Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez e a desilusão de um quase (...)

Erro



Não cometo duas vezes o mesmo erro. Uma chega-me para perceber o que de errado fiz. Não venhas com esses teus joguinhos que não me vais enganar de novo. Dizes que fazes e desfazes pelas costas. Dizes que mudas mas é só fachada. Tu comigo não brincas mais. Não penses que continuas a fazer de mim uma carta que quando te dá azar no jogo deitas fora. Eu sou humano e tenho sentimentos e por tudo que já passei, ganhei defesas que ninguém consegue deitar a baixo.
Eu já saltei desse jogo há mais tempo do que pensas.

A dor da vingança


Partiste e deixaste-me aqui, fraco e perdido no meio de um labirinto de incertezas, medos e confusões. Não tiveste consideração por mim e quiseste deitar-me fora como um brinquedo que já não serve. Eu sou mais do que o que querias que fosse, tornei-me em mais do que o que querias que eu me tornasse, consegui ser superior e tu não estavas à espera. Fintei-te e deixei-te desorientada, confusa a olhar para os lados sem saber que caminho seguir e que rumo dar à tua vida.
Apagaste-me as luzes que iluminavam o meu caminho, escondeste-me os sonhos e transformaste-me. Tornaste-me num ser que eu não sou e com quem não me identifico. Dizes que mudei, que no inicio não era assim, mas se pensares bem, se tiveres essa capacidade, foste tu quem me moldou. Eu deixei-me ser levado pela tua arte e tornei-me numa escultura que nem a ti agrada. Agora achas que ainda sou eu quem tem a culpa? Comigo o jogo psicológico já não funciona, já aprendi todas as técnicas para o poder superar e vencer. Não querias lutar com as minhas armas. Não as sabes manejar, não lhes conheces os traços, nem vês os seu feitios. Pensa bem no que andas e andaste a fazer. Achas que foste correcta? Achas que assim vais longe? Muito pelo contrário, vais fazer acabar o que ainda acabou de começar.

Estás a querer jogar um jogo que não é o teu!

I change my face, I change my name !