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O que vivemos é um tesouro que nunca se apaga da memória, mas é o que não construímos que nos entristece e mata.


A dor da vingança


Partiste e deixaste-me aqui, fraco e perdido no meio de um labirinto de incertezas, medos e confusões. Não tiveste consideração por mim e quiseste deitar-me fora como um brinquedo que já não serve. Eu sou mais do que o que querias que fosse, tornei-me em mais do que o que querias que eu me tornasse, consegui ser superior e tu não estavas à espera. Fintei-te e deixei-te desorientada, confusa a olhar para os lados sem saber que caminho seguir e que rumo dar à tua vida.
Apagaste-me as luzes que iluminavam o meu caminho, escondeste-me os sonhos e transformaste-me. Tornaste-me num ser que eu não sou e com quem não me identifico. Dizes que mudei, que no inicio não era assim, mas se pensares bem, se tiveres essa capacidade, foste tu quem me moldou. Eu deixei-me ser levado pela tua arte e tornei-me numa escultura que nem a ti agrada. Agora achas que ainda sou eu quem tem a culpa? Comigo o jogo psicológico já não funciona, já aprendi todas as técnicas para o poder superar e vencer. Não querias lutar com as minhas armas. Não as sabes manejar, não lhes conheces os traços, nem vês os seu feitios. Pensa bem no que andas e andaste a fazer. Achas que foste correcta? Achas que assim vais longe? Muito pelo contrário, vais fazer acabar o que ainda acabou de começar.

Estás a querer jogar um jogo que não é o teu!

1 comentário:

  1. Por vezes, as palavras nem sempre têm o remetente que queremos. Por vezes vão e deitam-se connosco. Ao nosso lado.

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